sexta-feira, abril 28, 2017

Uma bolha infectada no pé, ou pior, as «desumanas experiências médicas» nazis, salvaram a vida a um jovem rabino em Auschwitz


Auschwitz - Rabino Israel Rosenfeld



Num post de 9/10/2007, com o título «Os sobreviventes do Holocausto», coloquei um trecho de uma entrevista ao rabino Israel Rosenfeld, publicada no jornal Intermountain Jewish News de 4 de Fevereiro de 2005. Essa entrevista foi removida da Internet.




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Eis parte da entrevista do rabino de 2005:

O rabino Israel Rosenfeld falou pela primeira vez da sua experiência em Auschwitz ao jornal Intermountain Jewish News, a 27 de Janeiro de 2005, exactamente 60 anos depois do dia em que foi libertado de Auschwitz:

«... o trabalho duro, combinado com tudo o resto, conjugaram-se para fazer de Rosenfeld um jovem muito doente. Uma bolha não tratada no pé cresceu e piorou até que se tornou numa infecção debilitante na parte de trás da perna. Por fim, já não podia estar de pé, e muito menos andar, diz ele, enquanto levanta a perna das calças para mostrar a cicatriz deixada pela infecção de há seis décadas atrás. Na altura, a meio do Inverno de 1944-45, foi colocado na enfermaria de Auschwitz, incapaz de trabalhar. Isto provavelmente salvou-lhe a jovem vida.»

[... the hard work, combined with everything else, combined to make young Israel very sick. An untreated blister on his foot steadily grew worse until it became a debilitating infection on the back of his leg. Eventually, he could no longer stand, let alone walk, he says, lifting his pant leg to show the still-vivid scar left behind by the raging infection of six decades ago. By then, it was the middle of the winter of 1944-45, and he was placed in the Auschwitz infirmary, unable to work. It probably saved the youth's life.]

Uma das enfermarias de Auschwitz


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Em 2007, o rabino tem uma versão radicalmente diferente:

Em Fevereiro de 2007, o rabino Israel Rosenfeld contou a um grupo de sete jovens uma versão substancialmente diferente sobre o que lhe acontecera em Auschwitz:

«O rabino Rosenfeld contou como sobreviveu miraculosamente ao campo de concentração, embora tenha depois passado três meses num hospital incapaz de estar de pé ou caminhar, porque as pernas tinham sofrido cortes fruto das experiências médicas a que os nazis o submeteram.»

[Rabbi Rosenfeld spoke about how he miraculously survived the concentration camp, although afterwards he spent three months in a hospital unable to stand or walk, his legs having been cut up by the Nazis performing medical experiments on him.]


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Vale a pena ler o artigo da entrevista de 2005 dada neste LINK ao Intermountain Jewish News

e o artigo da entrevista de 2007 dada neste LINK ao mesmíssimo Intermountain Jewish News.


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Seguem-se alguns dados neste LINK sobre a extensa rede de hospitais e enfermarias existentes em Auschwitz, em Auschwitz-Birkenau e nos subcampos de Auschwitz (dê-se o desconto à propaganda de atrocidades sempre que se fala neste assunto):


O elemento fundador da extensa rede de hospitais de campo de Auschwitz foi a enfermaria criada na segunda metade de junho de 1940, vários dias após a chegada do primeiro transporte de prisioneiros políticos polacos.

Os primeiros doentes eram prisioneiros que haviam sido muito agredidos ou que estavam a atingir o colapso por causa dos exercícios assassinos (chamados "desporto") que eram característicos do período de quarentena preliminar. À medida que mais transportes chegavam e o número de doentes aumentava, o hospital foi sendo amplificado. No seu formato final o hospital no campo principal de Auschwitz I, era composto pelo bloco 19, o Schonungsblock, para prisioneiros convalescentes; o bloco 20 para tratar as doenças infecto-contagiosas; o bloco 21 - o bloco cirúrgico; e o bloco 28, o bloco de medicina interna.

Com a expansão de Auschwitz entre 1942 e 1944, foram abertos novos hospitais no campo principal de Auschwitz (para os prisioneiros de guerra soviéticos e mulheres prisioneiras mantidos ali em vários momentos), em Birkenau [Auschwitz II] (nos campos para homens, mulheres, ciganos e judeus do gueto de Theresienstadt), e nos subcampos de Auschwitz.

Em várias alturas, os chefes dos "hospitais" dos campos [para além dos médicos prisioneiros] incluíram médicos das SS: Max Popiersch, Siegfried Schwela, Oskar Dienstbach, Kurt Uhlenbroock, e Eduard Wirths no campo principal de Auschwitz; Erwin von Helmersen, Heinz Thilo, e Rudolf Horstman no acampamento dos homens Birkenau; e Werner Rohde, Fritz Klein, e Hans Wilhelm König no campo das mulheres de Birkenau. Josef Mengele começou como o médico-chefe na Zigeunerlager ("acampamento cigano"), e acabou ao comando de todos os hospitais e enfermarias de Birkenau.


Fotografias de quatro dos blocos hospitalares referidos acima no campo Auschwitz I

Bloco 19, o Schonungsblock, para prisioneiros convalescentes


Bloco 20 para doenças infecto-contagiosas


 Bloco 21 - o bloco cirúrgico


Bloco 28, o bloco de medicina interna

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