quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Daily Mail: uma explosão de descrédito – novas dúvidas acerca do 11 de Setembro




«Uma sondagem recente do respeitado New York Times revelou que três em cada quatro americanos suspeitam agora que o governo dos Estados Unidos não estão a dizer a verdade acerca do 11 de Setembro. Esta percentagem aumentou desde há um ano, quando metade da população já dizia que não acreditava na história oficial de um ataque da Al-Qaeda.»

«... foram os atentados uma cópia da Operação Northwoods, um plano rejeitado pelo Presidente Kennedy para encenar ataques terroristas na América e culpar Cuba como pretexto para uma invasão americana e o derrube de Fidel castro?»

«Por outras palavras, numa funesta manhã de Setembro de 2001, terá a América fabricado um atentado contra civis para enganar o mundo e servir de pretexto para uma guerra contra a Al-Qaeda e o Iraque?»

«Esta, e outras perturbantes questões, estão agora a ser tempestuosamente debatidas em ambos os lados do Atlântico.»




Comentário:

Quando é que as brigadas da mentira, que pululam nos nossos jornais de «referência» a explicar-nos a bondade dos motivos de Bush para os holocaustos afegão, iraquiano e, o, já na forja, iraniano, são expostos publicamente?

Até quando é que os palhaços dos Monteiros, dos Cutileiros, dos Monjardinos, dos Coutinhos, dos Fernandes e tantos outros, nos vão continuar a contar estórias sobre «armas de destruição maciça, Al-Qaedas e enriquecimento de urânio»?

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Viva a liberdade total de mercado!

Jornal Público
24 de Fevereiro de 2007

Jornalista São José Almeida

Segundo um estudo da Comissão Europeia, 20 por cento dos portugueses vivem abaixo do limiar de pobreza, e desses 14 por cento trabalham. A média europeia de pessoas que trabalham a viver abaixo do limiar de pobreza é de oito por cento - ou seja, a manutenção e a criação de emprego, nos termos actuais, não assegura a sobrevivência acima dos limiares de pobreza na Europa, sendo a situação em Portugal radicalmente agravada quase para o dobro da média. Viva os salários baixos! Viva o lucro das empresas! Viva a liberdade total de mercado!


Comentário:

Vivam os Bancos e os 11% que pagam de impostos! Vivam a Ota e os TGVs! Viva a flexisegurança! Vivam os tachos na Refer e em todo o lado! Vivam Sócrates e Marques Mendes! Vivam!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Negacionismo à la carte

A União Europeia prepara legislação de longo alcance contra «negação de genocídio»

The Daily Telegraph - 4 de Fevereiro de 2007

Chamada de atenção no Mote para Motim.

As pessoas que colocarem em questão a história oficial dos recentes conflitos em África e nos Balcãs podem ser presos até 3 anos por "negação de genocídio", segundo uma proposta de legislação da União Europeia.

A Alemanha, actual detentora da presidência Europeia, irá propor esta Primavera nova legislação para ilegalizar o "racismo e a xenofobia".

Incluída na proposta da directiva Europeia estão projectos para ilegalizar a negação do holocausto, criando um crime que não existe na lei britânica.

Mas as propostas, vistas pelo The Daily Telegraph, vão muito além e criminalizam aqueles que questionarem a extensão dos crimes de guerra que tiveram lugar nos últimos 20 anos.

A legislação desencadeará uma enorme discussão através da Europa sobre liberdade de expressão e liberdade académica.

Deborah Lipstadt, professora de Judaísmo Moderno e Estudos sobre o Holocausto da universidade de Emory em Atlanta, acredita que as propostas alemãs estão desenquadradas. "Eu defendo essa incómoda coisita chamada liberdade de expressão e fico muito preocupada quando governos a restringem," disse.

"Como é que determinamos com precisão o que é negacionismo? A História será decidida por historiadores ou numa sala de tribunal?"


Comentário:

Evidentemente, quem negar que este filho da puta assassinou 3000 americanos em Nova Iorque em Setembro de 2001, e que, desde essa data, chacinou mais de 600 mil iraquianos e um número indeterminado de afegãos, pode dormir descansado. Só serão punidos os negacionismos politicamente incorrectos.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Bush derrubou as Torres, diz a verdade, cabrão!

Três dos mais célebres compositores de Rap norte-americanos, Mos Def, Immortal Technique e Eminem, compuseram uma música que denuncia a impostura do 11 de Setembro: «Tell the Truth, Nigga!» («diz a verdade, cabrão»).



Bin Laden didn’t blow up the projects
It was you, nigga
Tell the truth, nigga
(Bush knocked down the towers)
Tell the truth, nigga
(Bush knocked down the towers)
Tell the truth, nigga

Bin Laden não explodiu as Torres
Foste tu, cabrão
Diz a verdade, cabrão
(Bush derrubou as Torres)
Diz a verdade, cabrão
(Bush derrubou as Torres)
Diz a verdade, cabrão

sábado, fevereiro 17, 2007

A homossexualidade sob o ponto de vista neoconservador

Neste pequeno vídeo, Jon Stewart, do Daily Show, levanta estupendamente a questão da hipocrisia das políticas anti-homossexuais do Vice-Presidente Dick Cheney e o seu comportamento em relação à sua própria filha lésbica.

DS - Cheney e a filha

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quarta-feira, fevereiro 14, 2007

O Eixo do Mal (hidrocarbonatado) reduzido a duas unidades

Nos mapas seguintes é bem perceptível (ou nem por isso) a existência das armas de destruição maciça e as prioridades de Bush no seu combate pelo Bem.

Iraque
Jornal Público - 14 de Fevereiro de 2007

Bush assume que a pacificação de Bagdad vai levar tempo

O Presidente americano, George W. Bush, disse hoje que a pacificação de Bagdade levará tempo e que ainda haverá mais violência.

Irão
Jornal Público - 11 de Fevereiro de 2007

Pentágono terá planos para atacar o Irão na Primavera

Os Estados Unidos têm "em estado avançado" planos para um ataque aéreo contra instalações nucleares no Irão na Primavera, embora o mais provável seja no próximo ano, pouco antes de George W. Bush deixar a presidência, noticiou ontem o diário britânico “The Guardian”.

Coreia do Norte

Correio da Manhã - 14 de Fevereiro de 2007

EUA vão tirar Pyongyang da lista de terroristas

Num acordo histórico assinado em Pequim e conseguido após anos de um tortuoso diálogo a seis, a Coreia do Norte aceitou pôr fim ao seu programa nuclear em troca de ajuda energética ou económica. Os EUA, por sua vez, concordaram em iniciar o processo para retirar Pyongyang da lista dos países terroristas e prometeram resolver a questão das contas norte-coreanas congeladas no Banco Delta Asia de Macau.


Comentário:

Donde se prova que os nossos opinion makers nunca perceberam a verdadeira natureza do mal. Para aqueles que acreditam nas doutrinas que falam das boas intenções, na caridade, na justiça e no absoluto de Deus, a questão do mal é perturbadora. Para outros é apenas o suave ronronar de um motor de combustão interna.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Jogos de Rapina

A seguinte citação foi reimpressa no "Idaho Leader", EUA em 26 de Agosto de 1924, e foi lida em Hansard duas vezes: na primeira, por John Evans M.P. em 1926, e na segunda, por M.D. Cowan M.P., na sessão de 1930-1931.

Em 1891 uma circular confidencial foi enviada aos banqueiros americanos e a seus agentes, contendo as seguintes declarações: "Autorizamos os nossos agentes de empréstimo nos estados ocidentais a emprestar os nossos fundos com a garantia de propriedades imobiliárias, com vencimento a 1 de Setembro de 1894, e não depois dessa data".

"A 1 de Setembro de 1894, não renovaremos os nossos empréstimos sob nenhuma condição. Nessa data vamos exigir o nosso dinheiro, executaremos as hipotecas e nos faremos credores em posse das terras."

"Podemos apropriar-nos de duas terças partes das fazendas a oeste do Mississipi e milhares delas a leste do grande Mississipi também, fixando o nosso próprio preço. Poderemos também tomar posse de três quartos das fazendas do oeste e o dinheiro de todo o pais."

"Então os fazendeiros vão ser arrendatários, como na Inglaterra". (os fazendeiros perdiam a posse de suas terras por meio desta manobra, e ficavam obrigados a "alugar" as terras para as trabalhar, pagando a renda correspondente aos banqueiros).

domingo, fevereiro 11, 2007

A Europa inteira trabalha para engordar a Banca


Porque é que estas sanguessugas continuam a obter lucros obscenos?

Millennium bcp: 780 milhões de euros de lucros em 2006 - mais 28% do que no ano anterior; o BPI registou 309 milhões - mais 23%; o Banco Espírito Santo anunciou ganhos de 420 milhões - mais 5o%...»


A 27 de Dezembro de 2006 a TVI informava que:

2007 vai obrigar os portugueses endividados a apertar ainda mais o cinto. As taxas de juro não param de subir. O mercado antecipa assim novas subidas dos juros do Banco Central Europeu.

Este ano (2006) e para um empréstimo de 100 mil euros, os portugueses pagaram mais 330 euros pelas prestações da casa. Em Janeiro, as prestações voltam a subir pelo menos mais 30 euros.

As taxas de juro Euribor, que são calculadas com base numa amostra do preço do dinheiro praticado pelos grandes bancos europeus, continuam a subir à espera de novos aumentos dos juros do Banco Central Europeu.

A Euribor a um ano bateu esta quarta-feira o mesmo patamar dos 4%, o valor mais alto dos últimos quatro anos e meio. As taxas Euribor a 6 e a 3 meses estão a acompanhar esta subida, o que quer dizer que, em Janeiro, as prestações vão voltar a subir.

No caso de um empréstimo de 100 mil euros indexado à Euribor a 6 meses, só este ano, as prestações aumentaram mais de 50 euros. Em Janeiro as prestações aumentaram logo 26 euros, em Junho houve novo aumento de 29 euros. Se o contrato tivesse sido revisto este mês a nova subida seria de 33 euros.

Isto quer dizer que só este ano, e neste caso, o valor pago ao banco aumentou 330 euros, em relação ao ano anterior. A subida dos juros vai continuar. Os analistas apontam para que o BCE suba novamente o preço do dinheiro no primeiro trimestre do novo ano.


E na Sexta-Feira passada, 9 de Fevereiro de 2007, o Correio da Manhã avisava-nos:

O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, falou ontem em "forte vigilância" da autoridade monetária relativamente à taxa de inflação. Assim, o mercado tem por certa mais uma subida de, pelo menos, 25 pontos de base da taxa de juro principal dos países do euro, para 3,75 por cento no próximo mês.

Segundo o responsável do Banco Central Europeu, há que combater a taxa de inflação na zona do euro. Este argumento é contestado, mais do que nunca, pelos empresários, não só pela actual cotação do preço do petróleo mas também pela taxa de inflação na Eurolândia, que foi de 1,9 por cento em Dezembro de 2006 e no primeiro mês deste ano. Tal percentagem é abaixo do limite de dois por cento decretado pelo Banco Central Europeu.


Comentário:

E assim enfardam os agiotas da Banca. Baixam as taxas de juro para incentivar o crédito e o endividamento, e depois aumentam-nas, sem motivo e sem qualquer explicação, para se abotoarem com o produto do trabalho das famílias.

Ou, como acusa o jornalista Fernando Madrinha, os bancos sugam a riqueza dos países mais do que a fomentam.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Al Gore – Uma Verdade Inconveniente ou Uma Mentira Conveniente

Com pompa e circunstância, Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos veio a Lisboa dar uma conferência sobre alterações climáticas por 175 mil dólares. Estranhamente a conferência destinou-se apenas a convidados - empresários, políticos, governantes e ex-ministros, autarcas, investigadores, ambientalistas, gestores e vip avulsos, decorrendo à porta fechada e sem a participação oficial de jornalistas. Ou seja, ao abordar um assunto que supostamente deveria interessar a toda a gente e cuja divulgação deveria ser a mais extensa possível, optou-se pelo secretismo, como se de uma reunião de Bilderberger se tratasse. Afinal o assunto é do interesse público ou do interesse privado?

Tudo pode afinal ter a ver com o catastrofista relatório ambiental Stern, que sugere o investimento de grossas percentagens do PIB para combater o aquecimento global. Nos últimos tempos vários artigos e comentários têm surgido desmontando as premissas subjectivas de um estudo que, além do mais, tem o pretensiosismo de projectar o futuro da economia e da sociedade mundiais não até ao ano 2200 mas até ao infinito!

Um desses comentários surgiu do antigo activista do Greenpeace Bjorn Lomborg. Lomborg publicou uma crítica certeira e objectiva às falácias do relatório Stern. Segue-se um resumo de apenas alguns dos aspectos realçados no seu artigo publicado no The Wall Street Journal de 2 de Novembro passado. As bases de cálculo do impacto no PIB mundial dos efeitos do aquecimento global têm implícito os seguintes pressupostos altamente duvidosos ou mesmo factualmente errados:

a) custo social por tonelada de CO2 de 85 US$ quando o mais reputado especialista da matéria (William Nordhaus da Universidade de Yale) o calcula em 2,5 US$;

b) o relatório pressupõe que o mundo continuará a emitir CO2 até ao final do século XXII (sim até quase 2200, onde termina a sua projecção explicita), pondo de lado que, necessariamente até lá, a inovação tecnológica terá conduzido à substituição do actual papel dos combustíveis de origem fóssil. Nessa base Stern estima que em 2180 as temperaturas terão aumentado 8 graus custando entre 11% e 14% do PIB mundial;

c) o relatório calcula uma anuidade do custo total previsto do efeito do aumento da temperatura utilizando uma taxa de desconto muito baixa. O efeito é que não só é tido em conta o factor tempo na diluição do peso do custo das emissões de CO2 - Nicholas Stern admite que entre hoje e 2100 o custo varie entre 0% e 3%, só atingindo 11% a 14% em 2180!) como a baixa taxa de desconto manipula grosseiramente o valor actual do impacto do aquecimento global!!

d) o relatório Stern "inventa" um cenário pior que o cenário mais catastrofista das Nações Unidas; depois da manipulação financeira anterior este novo ajustamento aumenta os 11% para 15%;

e) finalmente, uma vez que, o Sr. Stern considera que as populações pobres estão subestimadas pelo cálculo económico, faz mais uma correcção que atira o valor para 20% do PIB!!!


Comentário:

Mas existirá de facto um aquecimento global ou trata-se apenas de uma oportunidade de negociatas astronómicas?

Vejamos alguns dados do «aquecimento»:

Os dados com a correcção dos efeitos de "ilhas urbanas" mostram que o aumento médio da temperatura foi de 0.6 ± 0.2 ºC durante o século XX. Os maiores aumentos foram em dois períodos: 1910 a 1945 e 1976 a 2000 (fonte IPCC). De 1945 a 1976, houve um arrefecimento que fez com que temporariamente a comunidade científica suspeitasse que estava a ocorrer um arrefecimento global (ver Global cooling).

Desde Janeiro de 1979, os satélites da NOAA passaram a medir a temperatura da troposfera inferior (de 1000 a 8000 m de altitude) através da monitorização das emissões de microondas por parte das moléculas de oxigénio na atmosfera. O seu comprimento de onda está directamente relacionado com a temperatura (estima-se uma precisão de medida da ordem dos 0.01°C). Estas medições indicam um aquecimento de menos de 0.1°C, desde 1979, em vez dos 0.4°C obtidos a partir dos dados à superfície.


Em suma, estarão os empresários, políticos, governantes, ex-ministros, autarcas, investigadores, gestores e vip avulsos a salivar já de olho nas grossas percentagens do PIB para «combater o aquecimento global»?

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Brzezinski - Provocar um atentado nos EUA e culpar o Irão?

Zbigniew Brzezinski, que foi Conselheiro de Segurança Nacional do presidente Jimmy Carter, foi um dos arquitectos chave da rede Al Qaeda, criada pela CIA para o assalto aos soviéticos na guerra afegã (1979-1989). No seu livro The Grand Chessboard escreveu: "... pode considerar-se mais difícil moldar um consenso [na América] sobre questões de política externa, excepto nas circunstâncias de uma ameaça externa directa verdadeiramente maciça e amplamente percebida".


Com excepção do «The Washington Note» e do «Financial Times», os grandes meios de comunicação social decidiram não relatar as afirmações de Zbigniew Brzezinski que perturbam a classe dirigente norte-americana. Numa audição a 1 de Fevereiro de 2007 pela Comissão dos Negócios estrangeiros do Senado, o antigo conselheiro nacional de segurança leu uma declaração cujos termos pesou com cuidado.

Brzezinski indicou: “Um cenário possível para uma confrontação militar com o Irão implica o malogro do processso político iraquiano; seguido por acusações americanas que tornariam o Irão o responsável desse malogro; seguidas por algumas provocações no Iraque ou um acto terrorista em solo americano do qual o Irão seria tornado responsável. Isto poderia culminar com uma acção militar americana “defensiva” contra o Irão que mergulharia uma América isolada num pântano profundo que englobaria o Irão, o Iraque, o Afeganistão e o Paquistão”

«A plausible scenario for a military collision with Iran involves Iraqi failure to meet the benchmarks; followed by accusations of Iranian responsibility for the failure; then by some provocation in Iraq or a terrorist act in the U.S. blamed on Iran; culminating in a "defensive" U.S. military action against Iran that plunges a lonely America into a spreading and deepening quagmire eventually ranging across Iraq, Iran, Afghanistan, and Pakistan.»

É verdade, o Sr. Brzezinski evocou a possível organização pela administração Bush de um atentado nos Estados Unidos que seria atribuído falsamente ao Irão para provocar uma guerra.

Em Washington os analistas hesitam entre duas interpretações desta declaração. Para uns, o antigo conselheiro nacional de segurança tentou tirar o tapete aos neoconservadores e lançar de antemão dúvidas sobre qualquer circunstância que conduzisse à guerra. Para outros, Sr. Brzezinski quis, além disso, sugerir que no caso de confrontação com os partidários da guerra, poderia reabrir o processo de 11 de Setembro. Seja como for, a hipótese segundo a qual os atentados do 11 de Setembro teriam sido perpetrados por uma facção do complexo militar-industrial para provocar as guerras do Afeganistão e do Iraque - deixa de repente o domínio do tabu para ser discutida publicamente pelas elites de Washington.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

O Governo travou a modernização da linha ferroviária do Norte, que liga Lisboa ao Porto, para garantir que o TGV venha a ter clientes.

Jornal Sol – 3 de Fevereiro de 2007

Governo acusado de impor TGV

O tribunal de Contas defende que se as obras de modernização da linha férrea do Norte continuassem, «o TGV não teria clientes»

O Governo travou a modernização da linha ferroviária do Norte, que liga Lisboa ao Porto, para garantir que o TGV venha a ter clientes.

A acusação foi feita pelo Tribunal de Contas (TC), que mencionou este caso para exemplificar as falhas permanentes na execução dos projectos de investimento programados pelos governos e no desperdício de recursos que essa atitude acarreta.

A história começa em 1991, quando tiveram início as obras de modernização da linha do Norte. Nessa data, era Cavaco Silva primeiro-ministro, projectaram-se obras de melhoria no valor de 75,8 milhões de euros e conclusão prevista para 1993. Era também intenção reduzir o tempo de duração da viagem para 2h15.

Passados 16 anos, não só as obras não estão terminadas como os custos derraparam mais de 2000%. Além disso, o actual tempo de duração da viagem entre Lisboa e Porto está longe dos objectivos. Segundo dados do Tribunal de Contas, a viagem em Alfa Pendular demorava 2h55 em 2005.


Comentário:

Porque é que esta acusação do Tribunal de Contas passa completamente despercebida nas televisões? Porque não são chamados à pedra todos os governos e ministros implicados na travagem da modernização da linha do Norte com o único objectivo de impor o TGV? Os criminosos responsáveis por este estado de coisas não têm de ser trazidos à justiça?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Portugal inteiro trabalha para engordar a banca

Fernando Madrinha - Jornal Expresso - 3 de Fevereiro de 2007

Chuva de milhões

«Todos os anos, por esta altura, muita gente se interroga: que país é este onde a vida é tão dura e deficitária para toda a gente, famílias e empresas, menos para os bancos?»

«Em conferências de imprensa solenes, cada conselho de administração apresenta-se em peso para uma espécie de foto de família, que é também uma encenação do seu imenso poder, para dar ainda mais força à mensagem do respectivo presidente e porta-voz. E essa mensagem, sempre a mesma nos últimos anos, é a de que os lucros não param de crescer. O Millennium bcp, por exemplo: teve 780 milhões de euros de lucros em 2006 - mais 28% do que no ano anterior; o BPI registou 309 milhões - mais 23%; o Banco Espírito Santo anunciou ganhos de 420 milhões - mais 5o%...»



«Tudo estaria bem se esta chuva de milhões sobre os bancos fosse um sinal de pujança da vida económica do país. Mas sabemos bem que não é. E que esses lucros colossais são, afinal, uma expressão da dependência cada vez maior das famílias e das empresas em relação ao capital financeiro. Daí que, em lugar de aplauso e regozijo geral, o que o seu anúncio provoca é o mal-estar de quem sente que Portugal inteiro trabalha para engordar a banca. Ganha força essa ideia de que os bancos sugam a riqueza do país mais do que a fomentam. E, como as próprias instituições de crédito portuguesas estão endividadas e/ou enfeudadas a estrangeiras, apresentam-se-nos cada vez mais como agentes de estratégias que escapam a qualquer controlo nacional. É por isso que a discussão sobre a OPA do BCP ao BPI já cansa. E que as vertentes espanholas dela nos dão cada vez mais a sensação de que estamos perante um jogo de sombras em que o poder de manipulação está do lado de lá da antiga fronteira.»


Comentário:

Madrinha tem razão em afirmar que estamos perante um jogo de sombras em que o poder de manipulação está do lado de lá da antiga fronteira. Mas as sombras pairam muito para lá de Espanha e espalham-se por todos os continentes. São os chamados banqueiros internacionais que puxam os cordelinhos da Reserva Federal Americana, do Banco da Inglaterra, do Banco do Japão, do Banco Central Europeu e de tantos outros.

Tal não obsta, contudo, que façamos a seguinte pergunta aos nossos "governantes":

Porque é que os Bancos pagam 11% de IRC quando todas as outras empresas pagam 25%?

Porquê, Sócrates?

sábado, fevereiro 03, 2007

Ota - o maior embuste jamais vendido aos portugueses

Texto de Miguel Sousa Tavares - Jornal Expresso - 3 de Fevereiro de 2007

À medida que os estudos sobre a Ota vão sendo feitos e que mais e mais vou lendo sobre o assunto, as minhas dúvidas vão-se progressivamente dissipando. Receio que estejamos na iminência do maior embuste jamais vendido aos portugueses

O Governo agradece que o país ande tão entretido a discutir o aborto e que tudo o resto lhe passe, entretanto, ao lado. Neste resto, inclui-se o aeroporto da Ota, que lá vai fazendo o seu caminho através dos estudos preparatórios e da promoção junto da opinião pública, confiada a uma conhecida agência especializada em campanhas políticas e defesa da imagem de empresas públicas ou semipúblicas mal geridas. No final, a ideia é apresentar-nos a Ota como necessidade vital e facto consumado.

É preciso, pois, que os portugueses percebam, enquanto ainda é tempo, o que nos estão a preparar. A Ota é um projecto ruinoso, errado e prejudicial, sobretudo para Lisboa e para os utentes do seu aeroporto. Nem Lisboa nem Portugal precisam de um novo e gigantesco aeroporto. Precisam, quanto muito, apenas de um aeroporto alternativo, pequeno e barato, para as «low cost» - de forma a desanuviar a Portela e deixá-la simplesmente para as companhias regulares, assim assegurando, por exemplo, a sobrevivência da TAP face à concorrência imbatível das «low cost». É isto que se está a fazer em Espanha, em França, na Alemanha, na Inglaterra, países onde os grandes aeroportos ‘regulares’ têm um movimento muito para além daquilo que a supostamente ‘saturada’ Portela jamais teve ou terá.

A construção da Ota juntamente com o TGV vai liquidar as ligações aéreas Porto-Lisboa e Lisboa-Madrid, que representam actualmente 12% do movimento da Portela. Vai retirar de Lisboa turistas e viajantes de negócios. Vai pôr a capital uma hora mais longe da Europa e do mundo. Vai dificultar a vida a todos os passageiros de Lisboa e do Porto. E vai, fatalmente, custar uma fortuna incalculável ao país - que o Governo disfarçará, através da privatização da ANA e das receitas do novo aeroporto e do de Faro (os únicos rentáveis), de que o Estado vai abdicar a favor dos privados durante gerações, para assim se poder enganar os tolos dizendo que praticamente não há custos públicos envolvidos.

Na semana passada, tropecei num artigo do ‘Jornal de Negócios’ daqueles que fazem logo desconfiar à légua. Baseando-se num dos estudos em curso sob a alçada da NAER (a empresa da Ota), nele se analisavam os impactos previstos para o turismo e decorrentes da construção do novo aeroporto, concluindo-se que a Ota “deverá gerar cerca de 1100 milhões de euros para o turismo nacional, que terá um acréscimo de 7,35 milhões de dormidas com a nova infra-estrutura”. Dito assim, deve ter impressionado os incautos; analisado de perto, percebia-se que se tratava de uma aldrabice pegada - não sei se do estudo, se do jornal, se da agência de comunicação ou se de todos juntos. Vale a pena olhar, para se entender a forma como nos estão a impingir a Ota.

Basicamente, o estudo prevê que as entradas de turistas continuarão a crescer indefinidamente ao ritmo de 1,5% ao ano, o que fará com que em 2020 se atinja os 23,5 milhões. Então, fizeram-se as seguintes contas: se em 2017, quando a Ota entrar em funcionamento, a Portela (que, entretanto, continua sempre em expansão) estará já a responder por 16 milhões de passageiros, os 7,35 milhões que faltam até chegar aos tais 23,5 milhões em 2020 serão atingidos graças à Ota. Os pressupostos em que assenta este raciocínio são hilariantes: primeiro, que todos os turistas que entram em Portugal o fazem por via aérea (na realidade, são apenas 42%) e, segundo, que todos eles, rigorosamente todos, chegarão através do aeroporto da Ota. Mas há mais e igualmente anedótico, se não fosse grave. A certa altura, o estudo tem de reconhecer que, segundo os inquéritos que terão sido feitos, também há turistas que deixarão de vir a Lisboa, com um aeroporto situado a 55 km da cidade: “apenas 14%”, escreve o jornal. Apenas? Saberão eles que o grande crescimento do turismo se tem situado justamente em Lisboa? Pouco importa: informam-nos que isso será compensado com “o aumento do fluxo de turistas na Região Oeste e na Comporta (?), por exemplo”. Sejamos então suficientemente crédulos para acreditar que os quase 900.000 turistas/ano que o próprio estudo reconhece que deixarão de vir a Portugal e a Lisboa, devido à localização da Ota, serão amplamente compensados por outros que só cá virão para desembarcar na Ota e ficar logo por ali, ou então para ir à Comporta, que fica 55 km mais longe! Estarão a brincar connosco?

(...)

E assim vai a Ota. Quando comecei a seguir de perto a questão, a minha grande dúvida era saber se Lisboa e o país precisavam realmente de um novo aeroporto ou se estávamos perante um gigantesco negócio de favor, em benefício de poucos e com prejuízo de todos. À medida que os estudos vão sendo feitos e que mais e mais vou lendo sobre o assunto, as minhas dúvidas vão-se progressivamente dissipando. Receio que estejamos na iminência do maior embuste jamais vendido aos portugueses. Oxalá eu esteja enganado!


Comentário:

Felizmente Miguel Sousa Tavares enganou-se. O maior embuste jamais vendido aos portugueses é o TGV. A Ota ocupa apenas um honroso segundo lugar.


Porquê, Sócrates?

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Sob o Governo de Sócrates a vantagem comparativa de Portugal em relação à China é a nossa mão-de-obra barata

O ministro da Economia Manuel Pinho apresentou como uma mais-valia para atrair o investimento chinês os baixos salários praticados em Portugal.

O deputado bloquista Fernando Rosas considerou que o ministro da Economia entrou "em contradição gritante" com "a retórica do Governo" sobre requalificação: "É uma contradição gritante com toda a retórica da inovação e requalificação dos trabalhadores. De repente na visita à China o factor competitivo já é a mão-de-obra barata".

A crítica de Fernando Rosas é injustificada. O deputado ainda não percebeu o tipo de requalificação dos trabalhadores que Sócrates pretende implementar. Requalificar significa voltar a qualificar. Não se traduz necessariamente pelo aumento das qualificações. A inovação de Sócrates consiste precisamente em requalificar, diminuindo as qualificações. Sócrates já compreendeu que só assim se pode ser competitivo num mundo cada vez mais globalizado. O objectivo é ficar abaixo da fasquia dos trinta cêntimos por hora que ganham os operários chineses.

Vídeo - 2:31m

Manuel Pinho na China

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